quinta-feira, 9 de junho de 2016


Carboidratos e doenças

 
Até agora, temos nos concentrado em como escolher os bons e os melhores carboidratos para controle de peso. Mas, selecionar bons e melhores carboidratos, afe­ta muitos aspectos da sua saúde. Escolha com sabedoria e você poderá evitar o aparecimento de algumas doenças que podem ser fatais, assim como controlar outras que você já tenha.
A função dos carboidratos na prevenção e controle de doenças
Os carboidratos complexos são os melhores na prevenção e controle de doenças. Isto por causa do alto teor de fibras, bem como uma abundância de vitaminas, sais minerais, e fitonutrientes que contêm. Aqui vai um aspecto sobre como seguir uma dieta cheia de carboidratos complexos pode prevenir ou melhorar uma variedade de estados de saúde e doenças.

Carboidratos e doenças
2006 Publications International, Ltd.
Os carboidratos podem ser tão
­­­importantes ­para o colesterol e­
­doenças do coração quanto a gordura
Doenças do coração: a abordagem tradicional para tratamento ou prevenção das doenças cardiovasculares (DCV) tem sido por longo tempo uma dieta pobre em gordura e rica em carboidrato. A conexão entre gordura, especialmente a gordura saturada e as doenças do coração foi estabelecida há muitos anos. A gordura saturada, encontrada particularmente em grandes quantidades de carne vermelha e laticínios, aumenta o nível de colesterol LDL (o "mau" colesterol).
Os pesquisadores concluíram que se as pessoas reduzissem a quantidade geral de gordura na sua dieta, a quantidade de gordura saturada também diminuiria. Uma vez que a gordura possui mais que o dobro de calorias que os carboidratos e as proteínas, 9 calorias por grama de gordura comparada com as 4 calorias por grama para os carboidratos ou proteínas, a redução da quantidade de gordura na dieta e o aumento da quantidade de carboidratos significaria comer menos calorias. Excesso de peso é um fator que contribui para as doenças do coração. Assim sendo, manter um peso saudável ajuda a reduzir o risco de DCV.
Normalmente os alimentos ricos em carboidratos são naturalmente pobres em gordura. Quando processados, eles contêm fibras que ajudam a reduzir o colesterol, removendo o LDL do organismo. Profissionais de saúde incluem os carboidratos em suas recomendações para uma alimentação saudável para o coração. Entretanto, as pessoas nem sempre foram aconselhadas a comer mais dos carboidratos "saudáveis" e menos dos carboidratos "não tão saudáveis" e encheram-se de grandes porções de carboidratos sem gordura e refinados. Eles podem estar ingerindo menos gorduras mas certamente não menos calorias!
Para auxiliar a reduzir o risco de doenças do coração, a American Heart Association (AHA - Associação Americana do Coração) atualmente  recomenda uma dieta rica em frutas, verduras, legumes (grãos); carboidratos complexos integrais e não-refinados; laticínios com baixo teor de gordura; peixe, carnes magras e aves. O AHA também recomenda a redução da quantidade de gorduras hidrogenadas (trans) na sua alimentação. As recomendações para educação e orientação nutricional da AHA e outras instituições enfatizam a distinção entre as gorduras benéficas para o coração e a importância dos carboidratos "saudáveis".
Doenças gastrintestinais: os carboidratos complexos, tais como frutas e verduras, grãos e cereais integrais, são particularmente úteis para a melhoria da saúde gastrintestinal. Estes alimentos são ricos em fibras, que desempenham uma função essencial na redução da incidência de constipação e diverticulose, um distúrbio que causa a formação de pequenas hérnias na parede, chamadas divertículos.
As fibras podem auxiliar na redução do câncer do cólon, estômago e vesícula biliar. Mas este não é o único benefício destes alimentos ricos em nutrientes. O elevado consumo de grãos intactos e outros alimentos integrais, ricos em fibras e carboidratos complexos irá auxiliar a diminuir a pressão dentro do trato intestinal e poderá ajudar a prevenir a diverticulose, assim como a diverticulite, a inflamação dolorosa no divertículo. Muitos destes alimentos ricos em carboidratos complexos também carregam vitaminas e sais minerais, tais como ferro, zinco, magnésio, e uma infinidade de vitaminas B, bem como antioxidantes como as vitaminas E e C, selênio e beta caroteno.
O ácido fítico encontrado em cereais integrais pode ajudar a reduzir o risco de câncer ao reduzir os radicais livres. Os radicais livres, moléculas formadas como subproduto de vários processos bioquímicos dentro do corpo pode prejudicar as células. Reduzir a quantidade de radicais livres pode, por sua vez, reduzir o risco de câncer.
Diabetes: não está ainda muito claro se a diabetes pode ser prevenida com a ingestão de carboidratos complexos que possuem classificação de IG baixo. Uma teoria que prevalece é que o consumo por longos períodos de grandes quantidades de carboidratos com IG alto, aumenta o risco de diabetes tipo 2. Pensava-se que isto era devido à resistência à insulina ou ao esgotamento do pâncreas, trabalhando constantemente para produzir altos níveis de insulina.
Entretanto, há boas evidências de que uma dieta repleta de carboidratos complexos pode ajudar a tratar e controlar a diabetes. Sabemos, já há algum tempo, que pessoas com diabetes não precisam ficar longe de todos os carboidratos. O organismo processa todas as formas de carboidrato da mesma maneira, transformando-os em açúcar (glicose) - é a velocidade com que o carboidrato é processado e seus correspondentes efeitos no açúcar do sangue (glicemia) que importa no controle da diabetes.
Uma vez que os carboidratos simples refinados elevam a taxa de açúcar no sangue mais dramaticamente do que os carboidratos complexos, as pessoas com diabetes deveriam comer carboidratos com baixo IG em vez de alimentos refinados com IG alto. Uma ingestão de alimentos com baixo IG durante o dia, às refeições e lanches, pode fazer diferença no controle dos níveis de açúcar no sangue.
Resistência à insulina: resistência à insulina é um estado clínico que pode dificultar o processamento de carboidratos simples no organismo de certas pessoas, especialmente a ingestão de grandes porções deles de uma vez.
Sobrecarregar ou inundar o corpo com grandes quantidades de carboidrato força-o a trabalhar muito mais para limpar a glicose do sangue. No caso da resistência à insulina, os tecidos do corpo não estão receptivos à mensagem de que a insulina está lá para desbloquear as células e deixar a glicose entrar para fazer seu trabalho.
O resultado são altos níveis de glicose circulando na corrente sangüínea por longos períodos de tempo. Isto faz com que o pâncreas trabalhe com mais afinco para liberar mais insulina e mandar toda aquela glicose extra para as células.
Células pancreáticas sobrecarregadas podem eventualmente se desgastar e diminuir a produção de insulina, o que é um sinal precoce de diabetes do tipo 2 (ou diabetes não-insulina-dependente). Uma maneira de reduzir as chances de desenvolver resistência à insulina é comer bastante carboidrato complexo de baixo IG e pouco carboidrato simples, refinado e de alto IG.
Obesidade: talvez você não veja a obesidade como um problema de saúde, mas estar consideravelmente acima do peso coloca você em risco de adquirir um número de diferentes problemas de saúde.
As pessoas que estão acima do peso respondem de maneira diferente aos carboidratos do que as pessoas com peso normal. Uma dieta de carboidratos refinados de alto IG pode ter um efeito muito mais adverso na saúde de uma pessoa obesa. Segundo um avançado estudo sobre a saúde das enfermeiras realizado no Brigham and Women's Hospital, em 1976, com financiamento do National Institutes of Health, as chances de ter um infarto são maiores em mulheres acima do peso que comem muito carboidrato simples (de fácil digestão). Além disso, voluntárias seguindo dietas ricas em carboidrato e baixo teor de gordura, sofreram mudanças prejudiciais nos níveis de HDL (o bom colesterol), triglicerídios (um tipo de gordura), açúcar no sangue e insulina; sendo que as mudanças foram maiores em pessoas inativas e acima do peso.
Pessoas magras e ativas podem lidar melhor com o consumo alto de carboidratos por diversas razões. Primeiro, estar acima do peso faz com que seja difícil para a insulina fazer seu trabalho de ajudar a glicose a entrar nas células para suprir energia. Segundo, pessoas que são mais ativas requerem mais combustível para produzir energia e são particularmente eficientes em queimar os carboidratos, que é a fonte preferida do organismo. Isto permite às pessoas ativas transformar o excesso de carboidratos em energia em vez de armazená-lo como gordura. Por último, quando você tem menos tecido gorduroso e mais músculos, o corpo é mais eficiente em processar e digerir a comida, inclusive carboidratos.
Cereais integrais, legumes, frutas e a maioria das verduras são, naturalmente, pobres em gordura e contêm carboidratos saudáveis e quantidades significativas de fibras, que contribuem para um plano alimentar saudável em geral. Estudos produziram resultados mistos no campo do baixo IG/perda de peso, mas é certo que não é prejudicial empregar o IG ao fazer a escolha diária dos alimentos. Algumas pessoas podem sofrer perda de peso como resultado.
Seu corpo necessita de combustível para funcionar. Os carboidratos suprem este combustível. Na próxima seção, discutiremos como comer os carboidratos certos para se exercitar.




Brenda Queiroz Mendes


Fonte:http://saude.hsw.uol.com.br/como-escolher-carboidratos3.htm
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário