CARBOIDRATOS
ESTRUTURA E FUNÇÕES
INTRODUÇÃO
Os carboidratos (também chamados sacarídeos, glicídios, oses, hidratos de carbono ou açúcares), são definidos, quimicamente, como poli-hidróxi-cetonas (cetoses) ou poli-hidróxi-aldeídos (aldoses), ou seja, compostos orgânicos com, pelo menos três carbonos onde todos os carbonos possuem uma hidroxila, com exceção de um, que possui a carbonila primária (grupamento aldeídico) ou a carbonila secundária (grupamento cetônico).
Possuem fórmula empírica Cn(H2O)m desde os mais simples (os monossacarídeos, onde n = m) até os maiores (com peso molecular de até milhões de daltons). Alguns carboidratos, entretanto, possuem em sua estrutura nitrogênio, fósforo ou enxofre não se adequando, portanto, à fórmula geral.
A grande informação embutida por detrás desta fórmula geral é a origem fotossintéticos dos carboidratos nos vegetais, podendo-se dizer que os carboidratos contém na intimidade de sua molécula a água, o CO2 e a energia luminosa que foram utilizados em sua síntese. A conversão da energia luminosa em energia química faz com que esses compostos fotossintetizados funcionem como um verdadeiro combustível celular, liberando uma grande quantidade de energia térmica quando quebrada as ligações dos carbonos de suas moléculas, liberando, também, a água e o CO2 que lá se encontravam ligados.
A relação entre a fotossíntese e a função energética dos carboidratos é indiscutível. De fato, a clorofila presente nas células vegetais é a única molécula da natureza que não emite energia em forma de calor após ter tido seus elétrons excitados pela luz: ela utiliza esta energia para unir átomos de carbono do CO2absorvido, "armazenando-a" nas moléculas de glicose sintetizadas neste processo fotossintético.
Os vegetais são auto-suficientes na produção de carboidratos. Os animais precisam alimentar-se de células vegetais (ou de animais herbívoros) para obter glicose e O2 para produzir energia para suas reações metabólicas.
Os animais não são capazes de sintetizar carboidratos a partir de substratos simples não energéticos, precisando obtê-los através da alimentação, produzindo CO2(excretado para a atmosfera), água e energia (utilizados nas reações intracelulares).
Nos animais, há um processo chamado neoglicogênese que corresponde a uma síntese de glicose a partir de percursores não glicídicos. Um outro processo de síntese endógena de glicose se dá através da glicogenólise do glicogênio sintetizado no fígado e músculos (glicogênese). Esses processos, entretanto, só são possíveis a partir de substratos provenientes de um prévio metabolismo glicídico, o que obriga a obtenção de carboidratos pela alimentação, fato que torna os animais dependentes dos vegetais em termos de obtenção de energia.
A energia térmica contida na molécula de glicose é liberada nas mitocôndrias e, por fim, convertida em ligações altamente energéticas de fosfato na molécula deATP (adenosina tri-fosfato) durante o processo de respiração celular (fosforilação oxidativa). As duas primeiras ligações liberam alta energia (± 10 Kcal) quando quebradas, ao contrário da primeira que possui baixa energia de ligação em relação às primeiras (± 6 Kcal). Note que o ATP corresponte, então, a um verdadeiro armazém da energia solar que foi conservada durante todo esse fantástico processo biológico.
FUNÇÕES
ENERGÉTICA: são os principais produtores de energia sob a forma de ATP, cujas ligações ricas em energia (±10 Kcal) são quebradas sempre que as células precisamde energia para as reações bioquímicas. É a principal função dos carboidratos, com todos os seres vivos (com exceção dos vírus) possuindo metabolismo adaptado ao consumo de glicose como substrato energético. Algumas bactérias consumem dissacarídeos (p.ex.: a lactose) na ausência de glicose, porém a maioria dos seres vivos a utiliza como principal fonte energética.
ESTRUTURAL: a parede celular dos vegetais é constituída por um carboidrato polimerizado - a celulose; a carapaça dos insetos contém quitina, um polímero que dá resistência extrema ao exo-esqueleto; as células animais possuem uma série de carboidratos circundando a membrana plasmática que dão especificidade celular, estimulando a permanência agregada das células de um tecido - o glicocálix.
RESERVA ENERGÉTICA: nos vegetais, há o amido, polímero de glicose; nos animais, há o glicogênio, também polímero de glicose porém com uma estrutura mais compacta e ramificada.
CLASSIFICAÇÃO
Os carboidratos mais simples são denominados monossacarídeos, possuindo pelo menos um átomo de carbono assimétrico que caracteriza a região denominada centro quiral, pois fornece isômeros ópticos. Possuem de 3 a 8 carbonos, sendo denominado, respectivamente, trioses, tetroses, pentoses, hexoses, heptoses e octoses.
Os monossacarídeos de ocorrência natural mais comum, como a ribose (5C), glicose (6C), frutose (6C) e manose (6C), existem como hemiacetais de cadeia cíclica (e não na forma linear), quer na formas de furanose (um anel de 5 elementos, menos estável) ou de piranose (um anel de 6 elementos, mais estável).
Esta forma cíclica (hemiacetal), resulta da reação intramolecular entre o grupamento funcional (C1 nas aldoses e C2 nas cetoses) e um dos carbonos hidroxilados do restante da molécula (C4 na furanose e C5 na piranose), ocorrendo nas formas isoméricas a e b (cis ou trans), conforme a posição da hidroxila do C2 em relação à hidroxila do C1. Tais formas são interconvertidas através do fenômeno da mutarrotação.
Os carboidratos formam compostos pela união de duas ou mais moléculas de monossacarídeos, sendo classificados como DISSACARÍDEOS, OLIGOSSACARÍDEOS e POLISSACARÍDEOS. Nesses compostos, quando o carbono C1 apresenta a hidroxila livre (ou seja, não está formando ligação entre os monossacarídeos) o carboidrato apresenta poder redutor quando aquecido. Esta característica é utilizada, freqüentemente, em reações de identificação.
CARBOIDRATOS (resumido)
C: H: O (1: 2: 1)
Classes:
MONOSSACARÍDEOS – poliidroxialdeído ou poliidroxicetona
OLIGOSSACARÍDEOS – dissacarídeos
POLISSACARÍDEOS –
ALDOSES – gliceraldeído
CETOSES – diidroxicetona
ESTRUTURA 2n = nº de estereoisômeros diferentes
CETOSES – diidroxicetona
ESTRUTURA 2n = nº de estereoisômeros diferentes
n = nº C assimétricos
D – L
+ e -
CETOSES = nome aldose + UL
Epímeros – 2 açúcares diferem na configuração em apenas 1 átomo
ESTRUTURA DE HAWORTH
Anel com 5 ou +C
D GLICOSE – 2 formas cristalinas
Solução aquosa a D GLI – aD20 = +112,2o
A partir de piridina b D GLI - a20D = +18,7o
a e b = isomeros cíclicos formas piranosídicas
a - D-GLICOPIRANOSE
b - D – GLICOPIRANOSE
em água a D20 = 52,7o MUTARROTAÇÃO
MUTARROTAÇÃO transferência da a e b - D GLICOSE em uma mistura aquosa com 1/3 a e 2/3 b
FORMAS - FURANOSÍDICAS
PIRANOSÍDICAS
Ex.: a D GLICOPIRANOSE
a D FRUTOFURANOSE
Açúcares redutores são doadores de elétrons (reduzem os agentes oxidantes). Grupo aldeídico livre ou potenc. Livre – se oxidam em meios alcalinos.
Ex.: Análise de açúcares – diabetes
Testes gerais para açúcares:
1. Teste Fehling – açúcares redutores – solução cupro alcalinas vermelho
2. Teste Benedict glicose azul
3. Reação Molish geral anel púrpuro
4. Reação Bral pentoses azu
5. Reação Tollens pentoses rosa
6. Reação Seliwanoff frutose vermelho
Ligação glicosídica – dissacarídeos
Maltose 2 GLI (a 1 - 4) Redutor – MALTASE
Celobiose 2 GLI B1 – 4
LACTOSE D GAL + DGLI Redutor – LACTASE (mucosa intestinal)
ADULTOS – intolerância à lactose – deficiência de prod. de lactose
Diarréia, dores abdominais
GALACTOSEMIA deficência UDP-G – 1 fosfato uridil transferase
Impede transformação da GAL GLI ACÚMULO CATARATA - Retardamento
SACAROSE – GLI – FRU Não redutor Enzima àINVERTASE
a 1-4 b intestino delgado e leveduras
E.U.A xarope de milho
GLICOSE FRUTOSE (2,5 X + doce que glicose)
GLICOSE
ISOMERASE
Forma de transporte de açúcar pelas plantas
POLISSACARÍDEOS
AMIDO (Glisose a 1, 4)
a-AMILOSE
AMILOPECTINA
DEXTRINA LIMITE - a-AMILASE (Enzima que atua na ramificação -> a 1-6 Glicosidase)
GLICOGÊNIO (Glisose a 1, 4)
+ RAMIFIC. a 1,6 RAMIFIC
7% peso fígado
hidrolisado pela fosforilase do glicogênio
GLICOGÊNIO GLI-1-P
b amilase a -1 4 alternadas MALTOSE
- CELULOSE + abundante
Homopolissacarídeo não ramificado + 10.000 GLI (ligações b - 1,4 glicosídica)
CELULASES - b 1 4
BOI 15% 4 estômagos
RUMEN microrganismo CELULASE
POLISSACARÍDEOS
AMIDO (Glisose a 1, 4)
a-AMILOSE
AMILOPECTINA
DEXTRINA LIMITE - a-AMILASE (Enzima que atua na ramificação -> a 1-6 Glicosidase)
GLICOGÊNIO (Glisose a 1, 4)
+ RAMIFIC. a 1,6 RAMIFIC
7% peso fígado
hidrolisado pela fosforilase do glicogênio
GLICOGÊNIO GLI-1-P
b amilase a -1 4 alternadas MALTOSE
- CELULOSE + abundante
Homopolissacarídeo não ramificado + 10.000 GLI (ligações b - 1,4 glicosídica)
CELULASES - b 1 4
BOI 15% 4 estômagos
RUMEN microrganismo CELULASE
CELULASE D-GLICOSE Ácidos graxos + CO2 + CH4
Microrganismos nos outros 2 estômagos digeridos aminoácidos, açúcares etc.
QUITINA carapaça artrópodos N acetil-glicosamina
Microrganismos nos outros 2 estômagos digeridos aminoácidos, açúcares etc.
QUITINA carapaça artrópodos N acetil-glicosamina
(lig - b) + CaCO3
Parede celular N-acetil D glicosamina
BACTÉRIAS Ácido N-acetil muranico (9 C)
(mureina ou peptido- unidos entre si por lig. b 1, 4
glicanas) cadeia lateral tetrapeptídica
A estrutura global é denominada mureina ou peptidoglicana
Penicilina inibe síntese dos passos finais enzimáticos da peptidoglicana
GLICOPROTEÍNAS – moléculas híbridas
Parede celular N-acetil D glicosamina
BACTÉRIAS Ácido N-acetil muranico (9 C)
(mureina ou peptido- unidos entre si por lig. b 1, 4
glicanas) cadeia lateral tetrapeptídica
A estrutura global é denominada mureina ou peptidoglicana
Penicilina inibe síntese dos passos finais enzimáticos da peptidoglicana
GLICOPROTEÍNAS – moléculas híbridas
Proteínas + 1 a 30% massa da molécula
A maioria das proteínas extracelulares são glicoproteínas
A maioria das proteínas extracelulares são glicoproteínas
Ex.: glicoproteína anticongelante – peixes – diminui o ponto de congelamento da água – inibem a formação dos cristais
Superfície células animais GLICOCÁLICE glicoproteínas
Ex.: glicoforina membrana celular dos eritrócitos – 50% de carboidratos
Superfície células animais GLICOCÁLICE glicoproteínas
Ex.: glicoforina membrana celular dos eritrócitos – 50% de carboidratos
Fibronectina pronome a adesão das células entre si
MUCOPOLISSACARÍDEOS – predominam + 95% de carboidratos
MUCOPOLISSACARÍDEOS ÁCIDOS = GLICOSAMINOGLICANAS
Unidades repetitivas de dissacarídeo D GLICOSAMINA e D GALACTOSAMINA
AC. HIALURÔNICO mucopolissacarídeo ácido presente na substância fundamental de tecidos animais forma soluções gelatinosas.
HIALURONIDASE secretado por bactérias patogênicas e espermatozóide
Degrada ligação glicosídica de ácido hialiurônico
CONDROITINA comp. Polissacarídeo das cartilagens
HEPARINA anticoagulante secretada pelo revestimento dos vasos sanguíneos – n-acetil-glicosamina + D-IDURONATO
QUITINA
Brenda Queiroz Mendes
Fonte:
http://docentes.esalq.usp.br/luagallo/carboidratos.html
MUCOPOLISSACARÍDEOS – predominam + 95% de carboidratos
MUCOPOLISSACARÍDEOS ÁCIDOS = GLICOSAMINOGLICANAS
Unidades repetitivas de dissacarídeo D GLICOSAMINA e D GALACTOSAMINA
AC. HIALURÔNICO mucopolissacarídeo ácido presente na substância fundamental de tecidos animais forma soluções gelatinosas.
HIALURONIDASE secretado por bactérias patogênicas e espermatozóide
Degrada ligação glicosídica de ácido hialiurônico
CONDROITINA comp. Polissacarídeo das cartilagens
HEPARINA anticoagulante secretada pelo revestimento dos vasos sanguíneos – n-acetil-glicosamina + D-IDURONATO
QUITINA
Brenda Queiroz Mendes
Fonte:
http://docentes.esalq.usp.br/luagallo/carboidratos.html
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